Há
um instante em que o destino
Cobra o tributo pelos anos vividos.
O tempo, malfadado escultor e
artífice,
Entalha em nossa face linhas e
marcas,
Com precisão, mas sem escrúpulos.
Algumas são profundas, outras rasas.
Todas, porém, confidentes da alma.
A consciência corrige os ponteiros
E anuncia a hora exata da vida:
É chegada a maturidade!
O hálito de frescor da juventude
Esvaiu-se como o grão de areia
Que escapa pelo buraco da ampulheta.
É hora de recolher os despojos,
Organizar os troféus e louros,
Expor o elogio da biografia
concluída,
Evidenciar o heroísmo de outrora.
Não é o fim. Certamente há o que
caminhar,
Ainda resta um tanto de estrada.
Mas, acostuma-te, mortal, com o
verbo.
Há de decliná-lo em demasia no tempo
pretérito,
Pouco no presente e quase nada no
futuro.
20.07.2019
Carlos
Carvalho Cavalheiro
Poesia classificada em 3º Lugar na 2ª edição do Prêmio Febacla de Criação em Verso e Prosa.
Muito bonito. Parabéns pela classificação
ResponderExcluirGratidão, meu amigo Waine.
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