Não pude ouvir o brado retumbante
E nem enxergar o povo heroico em desfile
Pelo asfalto que cobria as águas plácidas do
Ipiranga.
A poluição sonora me impediu, a poluição visual
proibiu
A admiração da cena bucólica que serviu de
berço à nossa independência!
A paisagem é outra, as circunstâncias são
diferentes.
Estar ali, naquele palco, entretanto, me fez
refletir.
O quanto a liberdade realmente canta em nosso
peito
que diariamente desafia a morte nos becos e nas
vielas,
nas comunidades em conflito?
E como podemos dizer que a independência nos
abraça,
Quando o futuro já não mais espelha a grandeza
de uma nação?
Oh, Brasil que o sonho intenso se converteu em
pesadelo!
De filas imensas, de fados intensos e de parasitas
comensais!
26.07.2018