segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Brumadinho



Alma, lama, tudo junto, indistinto.
Lama, alma, vida e morte que se encontram.
É um corpo? É algo inerte que o barro esconde?
Triste regurgitar da natureza, indigestão antrópica!
Triste trópico tropicando no verbo lucrar.
Valeu a pena? Vale a pena? Vale apenas?
Rompimento de barragem...
Por que não rompemos a barragem que nos separa,
Distanciando-nos, homem a homem, por aparências?
Irônica metáfora de nossas corrupções:
Mar de lama!
Resto de Pompéia em antítese!
A Justiça não enxerga, a Vida se mudou,
A Fé está desacreditada, a Esperança chora!
Somente o Amor é renitente, e talvez baste
A sua existência para que o ânimo retorne
Fazendo renascer a Vida, a Esperança, a Fé e a Justiça!

28.01.2019
Carlos Carvalho Cavalheiro