quarta-feira, 4 de julho de 2018

Água da chuva


                                       
No exercício de seus afagos,
Com dedos de água,
A chuva acaricia
O sagrado chão.

E com afeto
Extrai milagres
Renova a vida
Em todo rincão

E limpa as vidraças
E varre as ruas
Como quem espera
A visita do barão

E seca até as lágrimas
- mas, como com água? -
E explora a alegria
Em bolhas de sabão.

E com tinta incolor
Qual truque ou mágica
Pinta tudo de verde
No que era sertão.

E leva barcos de papel
Em filetes de água
Que é o mar do menino
Na sua imaginação.
                                                                       Carlos Carvalho Cavalheiro – 16.05.2009.

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