E
eu dou razão à Escritura quando diz
Que
o Criador nos fez do barro!
Pois
eu sinto em mim, na minha carne
O
cheiro e a cor da terra em que nasci.
E
não é caso de recorrer à poesia.
É
fato! Sou desta terra como ela é de mim.
E
como barro que aceita o acréscimo
De
tudo quanto é terra que pisei neste mundo,
Cada
uma delas hoje faz parte de mim.
E
se da terra eu fui criado, sei que raízes eu tenho.
E
ramificando pelo interior, em forma entrelaçada,
Curiosa
maneira de rizoma, se conectando a tudo,
As
minhas raízes se reconhecem na fala da rua,
No
andar gingado de quem dribla a contradição,
No
cheiro do café coado na hora, misturado a bolo de fubá.
Minhas
raízes estão vivas nas cordas vocais de quem canta
A
cada canto que encontra uma casa e anuncia a Folia de Reis.
17
jan 2018
Publicada no livreto "Sarau de Abertura do III Encontro Nacional de Escritores - Poesia na Cidade Poesia", Bragança Paulista (SP), 25 de maio de 2018.
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