quarta-feira, 4 de julho de 2018

Reminiscência



O cheiro de bolo de milho conquista o ambiente
Como uma horda impetuosa de bárbaros!
O café coado na hora complementa o quadro de odores.
Quanta lembrança despertada, quanta memória reativada.
Lembro-me de minha mãe fazendo o bolo...
Parece a descrição do Gênesis, quando Deus cria o homem
Daquilo que parecia ser apenas pó e mais nada.
Bolo de milho lembra também festa junina:
Recriação das antigas religiões da natureza.
Divindade, lembrança, mãe, bolo e natureza...
Tudo mesclado, amalgamado como a massa de farinha e ovo,
E milho, dourado como o precioso metal, metáfora do sol.
E da terra que brota o milho, milagre da fertilidade,
Mais uma vez o divino se manifesta na simplicidade,
Uma mesa de madeira, um bolo e um café!
Ao fundo, um acorde de viola caipira.


junho de 2018

Carlos Carvalho Cavalheiro

Poesia classificada em 1º Lugar no 1º Concurso de Poesia Junina, com o tema: "Bolo de Milho", coordenado por Eliseu Campos.

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