quarta-feira, 4 de julho de 2018

Dorian



As gavetas onde guardas
Teus projetos, escritos e poemas
É em verdade o cárcere d’alma,
As celas que sufocam o grito
E a melodia do hino da Liberdade.
Quebra as gavetas, liberta-te
Faz com que tuas palavras voem
Até descobrirem o limite do infinito.
Não almejo de ti um gesto heróico,
Mas antes, um ato humano apenas.
Rasga teu peito com a voracidade
De quem quebra o último grilhão.
Não nos resta nada mais, nada mais
Do que a tradução de nossas dores,
E também das alegrias vividas,
Nas palavras que campeamos e colhemos
Para ornamentar o nosso testamento.
Que as folhas não envelheçam nas gavetas,
Pois velhas e amareladas elas simbolizam
A alma emoldurada em nossa carne.
Que as palavras saltem de folhas brancas,
Novas e viçosas, porque assim serão
O reflexo de nossa eterna juventude.
E o estandarte que tremula no ar,
Amando o vento com a sua cor,
Será o da esperança e da liberdade.

28.05.2017

Carlos Carvalho Cavalheiro

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